Domingo, 2 de Dezembro de 2007
Aqueles miúdos não dão votos por Hernâni Carvalho Os jovens internados nos centro educativos não são prioritários porque não dão votos.Os centros educativos têm um nome sonante e é tudo. Não educam, não preparam, apenas adiam. Maioria das vezes, os jovens ali internados chegam à maioridade e são detidos.
Chegados aos 18 anos, saem das pautas dos miseráveis resultados do Instituto de Reinserção Social (IRS) e entram nas prisões.
Os centros deveriam educar, reinserir e preparar para a cidadania. É uma lenga lenga que está na Lei e que é usada em inúmeros, mas inúteis, seminários pagos pelo contribuinte, que ocorrem pomposamente pelo país. São seminários dados por e para funcionários públicos. Ocorrem em horário de expediente, são pagos por todos nós, mas têm resultados nulos.
Os menores que cometem crimes são julgados pelos tribunais de Família e Menores que, em função da gravidade do delito, da personalidade do jovem delinquente e do contexto em que o crime é praticado, decretam uma medida de internamento num centro educativo.
Por cada rapaz internado num centro educativo há dois funcionários. Isto nos números. Porque no terreno há ainda menos gente. O IRS terá funcionários suficientes, mas muito mal distribuidos. O escandâlo é tal que ficaria muito mais barato interná-los em qualquer colégio europeu de primeira categoria.
É só fazer contas. Cada jovem internado custa em média 6000 euros ao Estado Português. Se fosse internado em Eaton (um dos mais caros e elegantes colégios britânicos) custaria 4000 euros e saía de lá a tocar piano, a falar francês, a saber esgrima e a andar a cavalo. Os nossos saem dos centros educativos para as prisões.
Custa mas é verdade! Há excepções. Claro. Mal de nós. Mas a regra é esta. É só consultar os números. Porque é que isto não muda?
Porque os jovens internados nos centro educativos não são prioritários. Não têm visibilidade, a maioria deles são de origem humilde, blá blá blá... Diga-se o que se disser, a verdade é outra:
Aqueles miúdos não dão votos!
Hernâni Carvalho, Quinta, 29 de Novembro às 8:34
Passei por aqui amiga para te deixar um abraço .
De
arco íris a 6 de Dezembro de 2007 às 19:58
Obrigada, pensei que ías comentar o post.
Um beijo
Tenho sempre alguma dificuldade em comentar um post como este, que é muito bom e que toca fundo nos vários problemas relacionados com crianças que estão em plano de desigualdade perante a vida.
Porque o problema começa a montante quando os cidadãos não têm as condições mínimas e a violência das condições de vida geram outros tipos de violência. Ninguém pode dar o que não tem e quando os pais nunca foram amados dificilmente poderão dar amor aos filhos.
A culpa está em todos nós que talvez não saibamos, ou não queiramos, fazer o suficiente. As Instituições onde os jovens são "educados" deveriam existir para casos muito especiais e estar apetrechadas com as valências necessárias para colmatar as falhas duma família que faltou. O que se verifica é que, contrariamente aquilo que deveria ser a sua missão, estas instituições têm-se revelado madrastas no pior sentido do termo. Não só falham como exploram e destroem alicerces humanos fundamentais a uma sociedade que se quer. Os fracos não têm poder reivindicativo porque já perderam quase tudo. Triste país que só houve a voz dos que têm armas para lhe fazer frente.
Um abraço
Arco Íris
Minha querida Arco-Íris
Um grande abraço e que o Natal seja tão bom quanto possível.
Sempre amiga
De
arco íris a 21 de Dezembro de 2007 às 23:29
Obrigada pelos votos.Um Bom Natal também para si e que o novo ano lhe traga muita sude e paz.
Um beijo.
Graça
Querida Arco-Íris
Se a ajuda saber que um amigo que não conhece está consigo pois eu aqui estou. Desejo-lhe um Bom Natal e um ainda melhor Novo Ano junto dos seus.
Abraço
De
arco íris a 24 de Dezembro de 2007 às 16:29
Obrigada Filipe e Boas Festas também para si.
Arco Íris
Um ano de 2008 melhor que o de 2007 e que traga tudo o que ambicionares.
Beijinhos
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